Nesta terça-feira, 18 de setembro, o FIT-BH 2018 viu a continuação da “Oficina de Teatro Preto, Dialética Crioula” com José Fernando Peixoto de Azevedo, que se encerra hoje, e de ‘Memórias de (e da ) Raiz” com Zora Santos, que seguiu movimentando a Cozinha CRJ no Centro de Referência da Juventude.
Depois de cinco dias intensos com apresentações de Jota Mombaça+Cíntia Guedes+Musa Michelle Mattiuzzi+SaraElton Panamby, Mombaça encerrou sua participação no Festival com o “Laboratório de Ficção Visionária – Viagem no Tempo”, uma iniciativa voltada para pessoas cujas posições históricas estão do lado avesso da norma social imposta pela história colonial e pelos totalitarismos do presente (a saber, as normas da cisgeneridade, da masculinidade, da branquitude, etc), e pessoas cujas posições subjetivas buscam confrontar o status quo e a reprodução dos sistemas de opressão vigentes.
Quem ainda segue no FIT-BH é Musa Michelle Mattiuzzi, que apresenta hoje, 19 de setembro, a performance “Merci Beaucoup, Blanco”, às 20h, no Teatro de Bolso Sesiminas. A entrada é gratuita e a classificação indicativa, 18 anos. Ontem a artista apresentou o filme “Experimentando o Vermelho em Dilúvio”, um curta metragem que atravessou os espectadores e cujo debate contou com a participação ativa do público.
Em meio aos transeuntes do centro de Belo Horizonte, Nina Caetano realizou o programa performativo “Chorar os Filhos”, que propôs a tessitura pública de uma enorme mortalha a partir de textos e falas de mães que perderam seus filhos e filhas em operações policiais e que não obtiveram esclarecimento do Estado ou punição dos criminosos.
No Teatro Marília, adultos e crianças encheram o saguão enquanto aguardavam o início do espetáculo peruano “Simón, El Topo”, do grupo Teatro de la Plaza. Apesar de ser direcionada ao público infantil, a peça teve bastante ressonância com os mais velhos. Foi a segunda e última apresentação do grupo nessa edição do FIT-BH.
O grupo potiguar Teatro Carmin também encerrou suas apresentações no Festival, conquistando definitivamente o público belo-horizontino com sua crítica irreverente em “A Invenção do Nordeste”.
Um dos espetáculos mais esperados do FIT-BH, “Isto é um Negro?”, do grupo paulista Chai-Na, fez a sua noite de estreia, lotando o Teatro João Ceschiatti e impactando um público que se mostrou aberto ao jogo de cena proposto pelos atores. Hoje, 19 de setembro, o grupo segue para a segunda apresentação, no mesmo horário e local.
“Batucada” fez a sua terceira e última apresentação. Depois de duas intensas semanas de intercâmbio e troca, com o envolvimento de mais de 50 pessoas, entre artistas e não artistas, a apresentação de ontem encerrou a bela trajetória de Marcelo Evelin e da Demolition Incorporada no FIT-BH 2018.
Para quem ainda não assistiu a nenhum espetáculo do Festival e para quem quer se envolver ainda mais com a programação, ainda há ingressos disponíveis para espetáculos que prometem agitar a segunda metade do FIT. É o caso de “Donde Viven los Bárbaros”, da Compañia Bonobo do Chile, que se apresenta no Cine Theatro Brasil Vallourec nesta quarta, 19 de setembro, às 20hs, e amanhã, quinta, às 20h. A peça tem texto de Pablo Manzi, considerado um importante expoente da nova dramaturgia latino-americana, e fala da construção do outro como inimigo.
Outra atração bastante esperada é “Unwanted”, da Compagnie Kadidi. Nela, a performer ruandesa Dorothée Munyaneza cria um testemunho sobre força feminina que parte de histórias contadas a ela por mulheres que foram vítimas de estupros cometidos como arma de guerra durante o genocídio dos Tutsis. Munyaneza, que tinha 12 anos de idade em 1994, executa em Unwanted uma coreografia original em colaboração com a cantora punk Holland Andrews (Estados Unidos), o compositor de música eletrônica Kamal Hamadache (França) e o artista visual Bruce Clarke (África do Sul). Imperdível, “Unwanted” acontece no Teatro do Minas Tênis Clube na sexta e no sábado, respectivamente 21 e 22 de setembro, às 21h.
“O Grito do Outro – O Grito Meu!”, da Cia. Espaço Preto, se apresenta no Teatro Marília no dia 22 de setembro às 19h e no dia 23 de setembro às 21h. O espetáculo faz perguntas como: Onde estão os negros? Você os vê? Você os ouve? Quem é negro? Durante a apresentação, com classificação indicativa de 18 anos, vozes ecoam, gestos se completam e histórias se misturam.
Depois de receber a argentina “Arde Brillante en los Bosques de la Noche” e a potiguar “A Invenção do Nordeste”, o Teatro Francisco Nunes, que também abriga o Ponto de Encontro FIT, receberá a belorizontina “Two Ladies” (foto), um espetáculo extremamente bem-humorado, provocativo e anti-tédio para senhoras e donas de casa. A peça conta a saga de duas mulheres superlativas em constante mutação, que vão de um comportamento frívolo e submisso ao empoderamento e autonomia de seus corpos. “Two Ladies” se apresenta sábado, 22 de setembro, às 21h, e domingo, 23 de setembro, às 17h. A classificação é 16 anos.
E amanhã, quinta-feira, 20 de setembro, o Ponto de Encontro FIT abre novamente as suas portas, trazendo mais shows, intervenções e food trucks. O Espaço Sobre Vivências retoma a feira livre, com a presença de editoras e venda de roupas e acessórios.
Foto: Flavio Souza Cruz.
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