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Cerrado, Serra do Salitre e Triângulo Mineiro recebem fóruns de escuta sobre o Queijo Minas Artesanal


Por Tatiana Rocha



Entre o final de março e os primeiros dias de abril, o Instituto Periférico realizou três fóruns de escuta e discussão como parte do projeto "Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal: Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade", em uma iniciativa que destacou a força deste produto mineiro e a importância de sua preservação desses saberes. A agenda, marcada por eventos em Cruzeiro da Fortaleza, Serra do Salitre e Uberlândia, envolveu produtores, extensionistas, autoridades e comerciantes locais, todos comprometidos com a valorização deste patrimônio.


Em Cruzeiro da Fortaleza, a coordenadora do projeto, Luciana Praxedes, compartilhou sua visão sobre a relevância da escuta ativa junto aos produtores locais: "nos reunimos com produtores, extensionistas e autoridades dos municípios próximos para mais um fórum de escuta e discussão. Essa metodologia, já aplicada pelo Iepha-MG, nos permite ouvir esses produtores, verdadeiros detentores de saber, e entender de perto as especificidades de cada região. Conversamos sobre suas demandas para políticas públicas e outras formas de articulação com parceiros e demais entidades", explicou Luciana.



Ela enfatizou que "foi um evento muito interessante, repleto de trocas, sugestões e observações significativas, enriquecendo não só o entendimento sobre o Cerrado, mas também conectando outras regiões que dialogam com essa produção tão emblemática do Queijo Minas Artesanal".


No distrito de Catulés, Serra do Salitre, a produtora local Nívia Cássia Costa Alves  expressou a importância do fórum para a preservação de suas tradições: "para nós, não é apenas sobre fazer queijo, é sobre manter viva uma parte fundamental de nossa cultura. Ver o nosso queijo reconhecido como Patrimônio da Humanidade nos dá orgulho e impulso para continuar e expandir nossa produção", afirmou, reiterando a necessidade de continuidade desses encontros para garantir apoio permanente às comunidades produtoras.



Em Uberlândia, a discussão reuniu diversos participantes. A extensionista da Emater-MG, Patrícia Freitas, destacou a importância do reconhecimento recente dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal pela Unesco. "Ser considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade traz um peso positivo. Essa plataforma reforça nosso trabalho em valorizar e aperfeiçoar a qualidade do queijo da nossa região, que ainda é jovem, mas tem muito a oferecer", explicou ela, apontando o caminho para o fortalecimento cultural e econômico daquele território.


Produtora no Triângulo Mineiro, Valquíria Naves também ressaltou o impacto desse reconhecimento sobre a cadeia produtiva do queijo: enxergamos esse título como um farol, guiando não apenas o nosso trabalho diário, mas também a continuidade e o respeito pela nossa tradição e cultura de produção. É um reconhecimento que valida anos de esforço e dedicação", comentou, mostrando a ligação emocional e prática dos produtores com o produto.


Com duração de um ano e encerramento previsto para setembro de 2025, o projeto "Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal - Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade" envolve 110 municípios distribuídos entre as dez microrregiões produtoras de Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras do Ibitipoca.



O projeto é uma realização do Instituto Periférico, a partir de recursos contemplados via Plataforma Semente | Cemais, por meio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), com apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).

A realização dos fóruns conta com a parceria de instituições locais como associação de produtores, prefeituras e outras entidades que se vinculam à cadeia produtiva do Queijo Minas Artesanal, incluindo o trade turístico, todos com o compromisso conjunto em valorizar e manter as tradições mineiras. O analista de Patrimônio Cultural Imaterial do Iepha-MG, André Furlani, comentou sobre o papel pioneiro do queijo na política de patrimônio imaterial. "Os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal inauguraram um movimento de reconhecimento e preservação que vai além do material. Iniciativas como essa reforçam o nosso compromisso de fortalecer parcerias que protegem e promovem o rico patrimônio cultural de Minas Gerais", conclui, destacando a importância estratégica do Iepha-MG no cenário cultural.

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